Correio Braziliense – 13/11/18

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Portal Aqui Tem- DF- Evento em Brasília -20/11/18

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https://aquitemdiversao.com.br/a-casa-da-vida/

Glorinha receberá prêmio Humanitário em São Paulo -Jornal Destak Brasília – 27/11/2018

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Para ler a matéria em PDF na edição do jornal , clique 2018-11-26_22_31_10_DTK_DF271118

 

 

Que alegria! A personagem de “A Casa da Vida”, a querida Glorinha, homenageada no Correio Braziliense – 16/11/2018

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Para quem quiser o PDF da matéria, clique Glorinha Jane Godoy 16-11-2018 DXX35-1611

Agradecemos à jornalista/colunista Jane Godoy por sua sensibilidade. E quem quiser saber mais sobre essa história, basta ler “A Casa da Vida”  (Tagore Editora).

 

 

“O engajamento pela mudança na fotografia” – Gazeta do Povo-07/09/2015

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*Adriana Kortlandt-Grandin

Não consigo parar de pensar sobre o corpo do menino de três anos, Aylan, afogado à costa da Turquia junto com mais uma dezena de pessoas, fugindo da guerra da Síria, tentando chegar à Grécia. As fotos que vi na imprensa mostram um menino morto, o rosto meio enfiado na areia da praia e depois seu corpinho sendo carregado por um policial. Quantas imagens chocantes este menininho viu e sentiu, na guerra, nas inúmeras tentativas de fuga e, ao final, afogando-se? Com nó na garganta fico imaginando a cena de um barco superlotado, furado, sendo invadido pela água e as crianças se agarrando a seus pais desesperados.

Segundo o conceituado jornal alemão ‘Zeit’ (Tempo), em 2014 foram contabilizados 3279 corpos no mar Mediterrâneo. Outra fonte comunica que desde 2008 o número de afogados chegaria a 40.000 mortos. As reações dos europeus vão desde o tradicional e eu com isso? Nós também provocamos migrações em massa com a exportação de armamentos e um comércio internacional injusto.

O segundo ‘flash’ é por nossa conta. Olimpíadas. Dormi com rato, barata e esgoto, diz operário em obra da Rio-2016, em uma entrevista para a BBC Brasil. Ele é um dos 11 trabalhadores descobertos pelo Ministério Público do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro em condições análogas à escravidão. Se você está achando ruim, pede a conta, teria sido a resposta do patrão, às reclamações. Depois de ser muito explorado, voltou para o Nordeste, para sua família. O mesmo jornal, ‘Zeit’, denuncia condições de trabalho semelhantes nos canteiros de obra para a copa de 2022, em Catar, onde os trabalhadores estrangeiros são ameaçados de não receber os salários, ou de deportação, se reclamarem.

Aliás, o que é bárbaro, mesmo? Na Grécia antiga era bárbaro quem não falava grego e estava fora de sua cultura. Em nosso período colonial eram os índios e os negros os tais bárbaros. Os europeus, os civilizados. Já que bárbaro não é ser humano, a gente pode escravizar. Assim (des)caminhamos por muito tempo.

A fotografia do menino afogado foi divulgada nas redes sociais com hashtag em turco, cuja tradução quer dizer humanidade é um fracasso.

O grande momento da civilização europeia foi, segundo o filósofo Francis Wolf, a Andaluzia, no começo do século X, quando coexistiam as três culturas monoteístas, a judaica, a muçulmana e a cristã. O grande momento da civilização atual seria o da escolha pessoal, coexistir em dignidade, cuidar da vida, pagar a dívida social e ecológica. E se isto for utópico demais, ser menos brutal já é um bom projeto.

Provavelmente a foto do menino será em breve substituída por outra, igualmente trágica, o glamour das Olimpíadas abafará os escândalos sobre as condições de trabalho, e uma guerra seguirá a outra. O engajamento por mudança, pequena, despretensiosa, corre, quem sabe, o risco de se alastrar.

Devemos manter aceso o desejo e a luta por outros tempos. Talvez o tempo da delicadeza, diria Chico, mas não um tempo que nos consome com dúvidas, medos e dores.

 *Por Adriana Kortlandt,  psicóloga é especialista em traumas causados por tragédias, em especial, acidentes aéreos e autora dos livros Almagesto-contos anímicos e Fios da Memória.